[RESENHA] A Ilusão do Tempo, Andri Snær Magnason





Título Original: Tímakistan 
Título em Português: A Ilusão do Tempo
Ano: 2017
Autor/Autora: Andri Snær Magnason
Tradutor/Tradutora: Suzannah Almeida
Editora: Editora Morro Branco
Gêneros: Ficção, Literatura Islandesa, Romance
Páginas: 320
Papel: Polém Soft 70g e capa Ningbo Fold 250g

Sinopse oficial: Quando as coisas não vão nada bem e os economistas preveem uma enorme crise financeira, a família de Vitória – assim como o resto do mundo – decide se esconder em suas misteriosas caixas pretas à espera de tempos melhores. No entanto, após vários anos, a caixa de Vitória se abre e a menina se vê em uma cidade em ruínas. 

Sem rumo, ela caminha por prédios e ruas tomadas por florestas e animais selvagens, até chegar à uma casa onde crianças se reúnem em torno de uma senhora para ouvir a história de um rei ganancioso que conquistou o mundo, mas desejava conquistar o tempo. Para poupar sua bela princesa dos dias escuros e sombrios, normais ou sem valor, ele a coloca em uma caixa mágica transparente como cristal, mas feita de uma seda de teia de aranha tão densa que o próprio tempo não consegue penetrar. 

Vitória aos poucos percebe uma conexão entre sua própria história e a do reino mágico. Junto com seus novos amigos, ela precisa encontrar uma forma de consertar o mundo antes que seja tarde demais. 

“Nunca vi uma história em que aventura, ficção científica, conto de fadas e drama contemporâneo estivessem tão bem amarrados, tudo ao mesmo tempo” – Arguimbau

Vencedor do Icelandic Literary Award
Vencedor do Icelandic Bookseller’s Award
Vencedor do West Nordic Children’s Book Award

O que motivou a leitura?
A verdade é que no ano passado (2017) comecei uma série da Editora Morro Branco chamada A Biblioteca Invisível e me apaixonei completamente tanto pelos personagens quanto pela obra em si e passei a acompanhar mais sobre as publicações da editora. Quando vi sobre o livro A Ilusão do Tempo, me interessei logo pela temática e pela capa, óbvi, nós namoramos um pouco (o livro e eu) antes de levarmos nosso relacionamento a diante :)

[RESENHA] - por Ariane
O que posso dizer? Nunca me atentei muito para o lugar de onde os autores dos livros são, mas por se tratar de um jeito diferente de escrever (do que estou acostumada), fui procurar de onde era Andri Snær Magnason: Islândia. (WOW) E aproveitando para ler um pouco sobre ele descobri que além de um escritor célebre, que já teve mais de uma obra premiada, ele também é ambientalista e concorreu a presidência em seu país.

Traduzido diretamente do Islandês para o Português, A Ilusão do Tempo começa "em pleno verão, o sol brilhada e os pássaros cantavam, mas ninguém parecia estar feliz. Uma 'situação', como diziam, se abatera sobre a sociedade e os pais de Vitória não falavam em mais nada (...)".

A história nos apresenta a pequena Vitória, sua família e a situação do mundo, o fim do mundo está próximo! E para resolver o problema, havia a caixa do tempo TIMAX. Isso mesmo! A história se passa em um momento em que surgem "caixas" capazes de parar o tempo para aquilo que estiver dentro dela pelo tempo que for programado. Em um mundo em que os economistas previam uma grave crise econômica, as pessoas decidiram se trancar dentro das caixas do tempo e esperar por dias melhores. E foi isso que aconteceu com Vitória e sua família.

"(...) E assim, cada um entrou em sua respectiva caixa preta. Mamãe, papai e Vitória, que estava muito curiosa com tudo aquilo. O vidro era transparente; ela sentiu seus ouvidos tamparem quando a porta se fechou e uma luz azul se acendeu. Tudo ficou preto num piscar de olhos, e então a caixa se abriu novamente. (...)"

Por algum motivo, a caixa de Vitória se abre e ela se vê em um mundo completamente diferente: Cercada por animais e plantas, sua casa havia sido consumida pelo tempo e apesar de chamar pelos pais e tentar abrir a caixa deles, nada acontece. E assim ela conhecer Marcos.

O menino a leva para onde estão outras crianças com o mesmo problema e lá ela conhece Rosa: uma senhora com uma longa trança grisalha que trajava um vestido preto e tinha mãos delicadas. A senhora parece ser a única remanescente e diz ter encontrado um jeito de  salvar o mundo do feitiço e despertar a todos, mas para isso, precisará da ajuda das crianças e que elas escutem uma história.

Então, a partir do segundo capítulo, como em um conto de fadas, Rosa narra a história da Princesa de Pangeia, Obsidiana, e seu pai, o Rei Dimon, em sua luta para conquistar o mundo e o tempo, para que a princesa nunca tivesse dias ruins e vivesse em plena felicidade.

E a partir daí o autor intercala passado e presente; sendo que o foco maior da narrativa se dá em Obsidiana, em sua época e nas pessoas que vivem com ela e em como tudo na vida vale a pena ser vivido.

A Ilusão do Tempo pode ser chamada de conto de fada, pois em boa parte o livro se passa em um mundo fantástico em que a magia não é questionada, nem mesmo explicada, ela simplesmente acontece naturalmente, além da presença do "príncipe", de uma "bruxa má" e uma "maldição" (apesar de em nenhum momento eu ter pensado neles com esse títulos ao estar lendo, a comparação fica bem clara).

A verdade é que, apesar de para mim ter sido uma leitura muito mais lenta do que o habitual para um livro de 320 páginas, em vários momentos me vi pensando e repensando sobre os acontecimentos daquelas páginas, principalmente no desejo completamente obsessivo do Rei Dímon de parar o tempo da filha e do desejo de Obsidiana de viver:


"Ela entendeu que não queria ser eterna, queria ser a princesa na chuva, na neve, no vento, na primavera, no inverno e no outono. Ela queria ver os dias cinzentos para compreender os dias ensolarados."

O enredo de Andri Snær Magnason é extremamente cativante e a história (principalmente de Obsidiana) é muito bem construída, todos os personagens são envolventes e você se vê querendo saber mais sobre eles e o autor é capaz de fornecer isso ao leitor com uma escrita simples, mas elegante que a tradutora Suzannah Almeida conseguiu captar e reproduzir muito bem para o nosso idioma.

Senti falta apenas de um final mais elaborado; mas talvez isso aconteça devido ao fato de estar acostumada com um tipo específico de escrita e agora ter me aventurado por novos caminhos islandeses :D

A Ilusão do Tempo ganhou meu coração, principalmente a Princesa Obsidiana e seu olhar do mundo e do tempo! A leitura vale MUITO a pena para qualquer idade, e é ótima para que possamos refletir sobre o que achamos do tempo, como fazemos uso dele e como nós impomos isso aos outros, especialmente às nossas crianças!

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