[RESENHA] Allegro em Hip-hop, Babi Dewet (Gutenberg)


Título Original: Allegro em Hip-Hop
Ano: 2018
Autor/Autora: Babi Dewet
Editora: Gutenberg
Gêneros: Ficção / Romance / Literatura Nacional
Páginas: 308
Papel: Off-white 80g/m²
Sinopse oficial: No segundo livro da série Cidade da Música, você vai conhecer Camila. Ela é neta de japoneses e filha de pais muito rigorosos que têm grandes planos para ela e para sua irmã. Desde pequena, aprendeu que precisava se esforçar mais, que precisava ser melhor, que não existia tempo a perder na adolescência e que sua inteligência e seu talento deveriam levá-la longe. Camila, então, trocou as festas das amigas por treinos de balé, e a vontade de viajar o mundo afora pela consagrada Academia Margereth Vilela. Sua vida inteira estava programada e organizada. Até que uma crise de ansiedade a fez perceber que tudo ainda podia mudar e, depois de conhecer Vitor, um garoto desengonçado e cheio de sardas que tocava violino, a vida mostrou à Camila que uma dose de hiphop poderia fazer os dias dela mais felizes.

O que motivou a leitura?
Já tem algum tempo que acompanho os livros da Babi Dewet e eu amei o primeiro da trilogia Cidade da Música, Sonata em Punk Rock. =) Eu estava muito ansiosa para ler Allegro em Hip-Hop, mas por motivos pessoais, dei uma enrolada para lê-lo =x E agora, aqui estamos nós!

[RESENHA] - por Ariane
Sabe quando você entra de cabeça numa história? Então, foi o que aconteceu! Em Allegro em Hip-hop, segundo livro da trilogia Cidade da Música, tive o prazer de conhecer Mila (ou Camila, como preferir), descendente de japoneses e uma das melhores bailarinas da Academia Margareth Vilela. Acontece que, para ser a melhor, Mila precisa de uma coisa: Dedicação. Dedicação total e absoluta!

Ser brasileira descendente de estrangeiros faz imediatamente dela uma japonesa e onde já se viu uma protagonista de Lago do Cisnes japonesa? Pois é. Apesar de ser excelente, de dedicar sua vida completamente ao balé e aos treinos, deixando tudo e todos de lado para realizar seu sonho de entrar para a The Royal Ballet, uma famosa academia de Londres e de onde saiam os maiores bailarinos, Mila vê o papel que tanto sonhou performar sendo ameaçado pelo diretor idiota da peça.

Competir diariamente com suas colegas e amigas pelos melhores solos, pelos bons lugares, pelos elogios dos professores e dos olheiros de companhias de dança. Mila não se orgulhava de querer que Laura errasse os giros, mas tinha se acostumado com esse sentimento.

Diante da possibilidade de perder o papel principal para uma garota mais nos padrões, Camila passa a se cobrar mais e mais. Pressionada por ela mesma, pela família e com os olhares dos alunos voltados para ela, os ataques de pânico e ansiedade se tornam parte de sua rotina diária.

E é em meio a toda essa ansiedade, estresse e pressão que surge... Vitor!! E com ele a vida de Camila começa a mudar pouco a pouco. Nosso adorável galã (!!) é um adorável violinista um pouco muito stalker fã de Mila, a garota mais bonita da Margareth Vilela (palavras dele e minhas, talvez =P)! E parece que Vitor tem o dom de estar sempre no lugar certo e na hora certo para socorre-la e ajudá-la a se acalmar.

A maneira como ela criou o relacionamento dos dois, respeitando também a bagagem cultural de Mila (já que algumas famílias japonesas costumam ser muito conservadoras) e as dificuldades da personagem, foi incrível. Enquanto lia, senti como se Camila estivesse sentada ao meu lado, uma amiga que passou um semestre fora, nos encontramos nas férias e ela estava me contando sobre suas dificuldades e novidades!

O que me chamou bastante a atenção foi o cuidado com que Babi Dewet tratou o assunto de ansiedade e pânico. Não faz tanto tempo que enfrentei ataques de pânico e (apesar de não serem tão fortes quanto os de Camila), foi algo com o qual me identifiquei muito (além das cobranças). Então fui pesquisar um pouco e em entrevista para a Capricho (você pode ler tudo clicando AQUI), a Babi disse "Na verdade a Camila é uma mistura de pessoas e sentimentos! Eu via muitos leitores sem representação na literatura jovem e queria muito falar sobre alguém que tivesse os mesmos problemas que eu, ansiedade e pânico".

Outro ponto positivo que está sendo em Cidade da Música é a diversidade! Em Allegro em Hip-hop conhecemos uma brasileira que todos insistem em chamar de japonesa e a enterrá-la até o pescoço em todos os esteriótipos que sua descendência carrega. A maneira como Babi Dewet tem abordado essas questões tem sido bem construídas e pontuadas ao longo da narrativa.

Não fazia ideia de como comentários e piadas eram recebidos de forma totalmente distinta dependendo da pessoa e do seu histórico. Era algo que deveria ter pensado, mas que não tinha ninguém para dividir e elaborar essas ideias. Havia ouvido comentários maldosos a vida inteira e sempre ignorava pensando que eram só piadas. Não eram. Ela não podia mais ficar calada, se tantas pessoas eram machucadas e estavam se unindo para esse tipo de coisa parar de acontecer. Ela tinha responsabilidade também.

Como tive o prazer de acompanhar os livros da Babi durante algum tempo, posso afirmar categoricamente que Allegro em Hip-hop se tornou meu livro favorito dela! =) Com certeza estará no meu TOP10 de leituras do ano! Super recomendado!!

Personagem favorito do livro: Clara!!
Cena marcante: Provavelmente.... a primeira vez que Camila dança na praça da cidade!

Onde comprar?

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