[RESENHA] Ahmnat #1 - Os Amores da Morte, Julien De Lucca

Título Original: Ahmnat #1 - Os Amores da Morte

Ano: 2011

Autor/Autora: Julien De Lucca

Editora: Gutenberg

Gêneros: Ficção

Páginas: 368

Papel: Não informado

SKOOB | GOODREADS

Sinopse oficial: O que pode acontecer quando Morte e Destino brincam com o sentimento mais perigoso? 

Ahmnat é uma garota egípcia que, após uma vida cheia de turbulências, tristezas e mágoas, assume o cargo de Morte e passa a viver entre este mundo e o além-vida. Porém ela não está sozinha. Logo conhece Destino, responsável por escrever as vidas mortais, que fica surpreso e abismado ao vê-la no lugar de poderosa entidade.

Destino propõe, então, um sádico jogo a Ahmnat: criará dez vidas mortais, humanos bem especiais, para tentar fazê-la se apaixonar por eles. Se Ahmnat se apaixonar por qualquer um, ela volta para a Terra como mortal novamente, dando a oportunidade de Destino reescrever sua vida. Caso contrário, será Destino quem se tornará mortal, permitindo que Morte venha buscá-lo pessoalmente.

O que motivou a leitura?

Uma visita pelo SKOOB, uma resenha interessante uma capa linda e boa parte dos comentários era positivo. Mas confesso que, desta vez, a sinopse do livro me chamou mais atenção do que qualquer outro motivo~

[RESENHA] - por Ariane

A história de Ahmnat começa no Egito Antigo (bem antigo mesmo!) com a nossa jovem protagonista ainda humana enfrentando uma vida difícil, cheia de tristeza, ressentimento e passando por provações de seu tempo (principalmente sendo mulher). Em determinado momento, após ser atacada e agredida pelo próprio irmão, Ahmnat recebe a ajuda de Maldito. Infelizmente, como é de se esperar, nada vem de graça para nossa protagonista e em troca da ajuda, Maldito obriga Ahmnat a carregar um filho dele.

Grávida sem marido, Ahmnat sofre uma trágica morte nas mãos de seu povo e desta vez conta, mais uma vez, com a ajuda de Maldito; que a transforma em Morte para que assim possa se vingar de todos aqueles que a fizeram sofrer em vida. E agora, renascida como a entidade Morte, ela conhece outros como ela: Era, Caos, Tempo e Destino, este último com quem faz a aposta que ela narra ao longo do livro. 

Mesmo ao longo dos mais de quatro mil anos de sua existência, Morte tem dificuldade de lidar com seus sentimentos humanos proibidos (será?) para as entidades que devem(riam) ser imparciais. Morte é muitas vezes cruel, e muitas vezes complacente e bondosa, sempre interessada em seus humanos. 

"- Morte! - Continuou Era. - Uma palavra que faz tremer as almas mortais! Respire e perceba. Ninguém no mundo teme o Caos, o Tempo, o Destino, nem mesmo a própria vida, mas eles temem você! Temem a única entidade que possui autorização de eliminar aquilo que julga não ser de valia para o mundo. Pense em todos aqueles que rezam para evitar seu olhar. perceba que a própria natureza está a sua mercê, bela senhorita. Sinta todos os que se apavoram perante o simples pensamento de encarar a majestosa deusa do submundo,  ato final desta existência para outra, aquela que porta o poder recluso de dois mil anos de existência. Entenda, minha linda companheira de tantos dias devotados ao grande Criador, entenda tudo isso. Compreenda quem é, senhorita, e o mundo não mais será o mesmo, daqui até a eternidade!"

A narrativa se dá, na maior parte do livro, em primeira pessoa enquanto a própria Ahmnat narra sua história; e, quando ela não está como a contadora da história, temos a narrativa em terceira pessoa. Também é interessante como o ponto de vista de Morte sofre alterações ao longo do livro, pois como ela conta cronologicamente, seus aprendizados e descobertas fazem com que ela, muitas vezes, mude seu discurso diante de algo novo.

A leitura de Ahmnat #1 - Os Amores da Morte, para mim, foi densa e demorada (mais do que o normal), principalmente por envolver diversas crenças e religiões e também porque em certos momentos não era fácil me sentir 100% na pele de Ahmnat. Também não curti muito o fato de que Julien de Lucca baseia toda a narrativa na crença cristã e reafirma a existência de um Deus único. Apesar disso, adorei da forma como Morte se envolve na vida de diversos personagens históricos e dá um background envolvendo-a com todos eles e gostei bastante da forma de escrita de Julien (mas peguei alguns vários erros ao longo do texto)! Já providenciei o segundo livro da série, Ahmnat #2 - A Mãe de Todos os Pecados e estou ansiosa e curiosa para continuar ao lado de Morte!! 

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